segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Caso John Galliano e a Espiral do Silêncio

Por Bruna Franco


Alguns dias atrás, enquanto lia o site da JuliaPetit.com, me deparei com uma matéria que falava (bem) sobre John Galliano. Para quem não sabe/lembra, Galliano era diretor criativo da Christian Dior, responsável por uma mudança no guarda-roupa feminino, graças à sua criatividade e ousadia.


Porém em fevereiro deste ano, foi envolvido em um escândalo: acusado de comportamento antisemita e agredir verbalmente um casal em um bar parisiense, foi demitido da Dior e perdeu alguns de seus ‘fiéis’ amigos, como por exemplo, Karl Lagerfeld (diretor criativo da Chanel) e Natalie Portman, que se pronunciou contra o estilista, afirmando se sentir ‘enojada’ com seu comportamento e cortaria relações com ele.

Temos uma caso de Espiral do Silêncio: na época, todos se pronunciaram contra, se revoltaram e alguns até mesmo promoveram boicote à empresa. O estilista foi demitido, julgado e disse ser viciado em álcool, Valium e remédios para dormir, a fim de justificar o ato. Não se viu nenhuma fala a favor de Galliano. Agora, depois de 6 meses do acontecimento, em que já não se fala mais sobre o caso, começaram a aparecer matérias e pessoas que torcem por ele.

A Vogue America e a Vogue UK lançaram matérias com várias páginas falando do ‘mito’ Galliano. No casamento de Kate Moss, foi ovacionado por todos os convidados ali presentes e ainda, alguns jornalistas de moda dizem esperar ansiosos pela volta triunfal dele.

Não estou aqui para julgar quem está certo e quem está errado, mas apenas para mostrar um caso real de Espiral do Silêncio no mercado da Moda. Além disso, estão querendo colocar o foco em aspectos positivos da carreira de Galliano. Mais um trabalho para um Relações Públicas (com competência avançada em gerenciamento de crise e (re)construção de imagem).

4 comentários:

Anônimo disse...

Não entendi a relação com a espiral do silêncio. Existe a espiral quando a pessoa que possui uma opinião contra os demais e é sufocada, por não ter força. Então a espiral do silêncio é sobre a posição antissemita de Galiano? E isso ser contrário a opinião comum por isso foi calado?

Acredito que o problema de Galiano tenha mais a ver com uma crise de marca da própria Dior, assim como foi com Arezzo e Zara (não nas mesmas proporções) do que com o fator "espiral do silêncio" propriamente dita, já que falamos também dessa espiral quando alguém vai contrário a opinião da massa, portanto, uma teoria da comunicação de massa. E a Dior não tem nada de massa. Tem nicho, luxo e interesses.

Admiradores da marca não iriam deixar de comprar Dior por que seu estilista é viciado em "álcool e valium" e tem comentários antissemitas. O lance é mercado, se ele se foi, outro o substituirá por ser uma marca e não poder cair a sua qualidade.

Enfim, realmente não entendi o conceito da espiral relacionado com o tema em seu texto.

Priscila Borges disse...

Interessante o seu ponto de vista, mas para haver um debate de ideias, seria legal se você se identificasse. Que tal?

Lorena Silva disse...

Me perdoe a não identificação, pensei que só dava pra postar se tivesse e-mail no google. (rs) Bem, sou Lorena, formada em RP pela UNESP e já adianto que gostei bastante do blog que conheci através de uma indicação de uma amiga.

bruh f. disse...

Que bom que você se identificou, Lorena. Assim o diálogo fica melhor.

Talvez eu não tenha me expressado com clareza. A questão que quis dizer é que, enquanto toda a mídia estava voltada para o caso Galliano, além de todas as pessoas, especializadas ou não sobre o assunto, se manifestaram extremamente contrárias. Nesse momento, ninguém dizia que ele era um grande estilista, nem que revolucionou o mundo da moda. Ou seja, quem pensou isso ficou calado.

Hoje, que todos os tipos de mídia se esqueceram desse caso (assim como já esqueceram do caso Arezzo e Zara!), encontramos pessoas que 'sentem falta' de Galliano no universo fashion, e dizem que ele era um grande estilista.
No caso do blog da Julia Petit, quando surgiu a notícia, ninguém se pronunciou a favor dele. Mas há poucas semanas vi uma matéria no site falando bem do estilista, logo após o surgimento de outras manifestações favoráveis à ele.

Espero que tenha conseguido explicar melhor, Lorena.
Entendo que a Espiral do Silêncio faça parte da Teoria de Comunicação de Massa, mas acredito que espiral do silêncio aconteça em todos os ambientes, sendo ele massa ou não; para público de classes baixas ou altas.

Abraços,
Bruna Franco.

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