terça-feira, 23 de março de 2010

A abençoada profissão de Relações Públicas, por João A. Ianhez

Visitanto o site do CONFERP, encontrei esse artigo que considero importante divulgar aqui no blog:
"A abençoada profissão de Relações Públicas"
João A. Ianhez
CONRERP 2ª Região
Presidente do CONFERP

Aquelas pessoas que não viveram e não praticaram na sua essência a atividade de Relações Públicas nunca poderão entender a afeição que essa profissão abençoada desperta. Esse sentimento faz com que  profissionais da área sofram quando a vê sendo deturpada, inadequadamente praticada, mal interpretada.

A atividade de Relações Públicas é abençoada por: Mudar para melhor as organizações, ao criar entendimento e as harmonizar com os seus públicos. Através da sua filosofia e das suas práticas administrativas, fazer as pessoas encararem as demais com maior compreensão e cordialidade.

Promover a relação de respeito entre o humano, o social e a natureza, muito antes de se começar a falar em sustentabilidade. Representar a opinião pública junto à organização. Promover a eficácia e a produtividade.

Hoje se fala em substituir Relações Públicas por Comunicação Organizacional. A análise dessa idéia pode começar pelos nomes: Relações Públicas dá a idéia correta do que guia as organizações e assume cada vez maior importância: as relações com o público, a opinião pública.

Comunicação Organizacional dá idéia de ações internas, da comunicação voltada para dentro das organizações. Os defensores da Comunicação Organizacional dizem que esta é mais fácil de entender e que Relações Públicas tem um campo de ação muito amplo e é muito complexa. Não é isso! É falta de conhecimento prático da atividade. Sua amplitude e complexidade não são maiores do que as de muitas outras áreas da administração. Por essa razão muitos profissionais afirmam: "Relações Públicas só se conhece na prática."

Enganam-se os que colocam nos ombros do profissional de Relações Públicas as responsabilidades que ela envolve e as atividades abrangidas por ela. O líder da organização deve ser o responsável primeiro pela atividade. Ele deve utilizar a sua capacidade de liderança para que toda a administração apóie a atividade. É necessário que todos na organização atuem pela filosofia e práticas de Relações Públicas. O profissional assessora, aconselha e fornece os instrumentos para que Relações Públicas aconteça.

A atividade não envolve somente técnicas de comunicação. Ela é filosofia e prática de administração. Não é só o profissional de Relações Públicas que vai praticá-la. É a organização como um todo. A filosofia que está na cultura da empresa é adaptada aos parâmetros de Relações Públicas e deve permear a organização na plenitude da sua estrutura. Nesse processo, ela transforma e adapta ações administrativas. Em muitas áreas vai exigir novas políticas, mudanças  nas formas de se relacionar e de se comunicar.

Tendo o apoio do líder da organização, o profissional e a área de Relações Públicas são os guardiões dessa filosofia e das práticas administrativas resultantes da mesma.

Portanto, Relações Públicas são: a) Filosofia de administração. b) Função administrativa. c) Técnicas de comunicação e relacionamento. d) Técnicas para olhar a organização com os olhos do público.

No passado, se tentou fazer da atividade de Relações Públicas um instrumento para valorizar regime não democrático, tornarem corretas imagens incorretas. Não vingou. Surgiu nos órgãos governamentais e empresas estatais o termo Comunicação Social, importado do Vaticano. Os profissionais de Relações Públicas foram substituídos por especialistas em comunicação de mão única. Executavam a comunicação de cima para baixo, ditatorial: "Mando! Obedeça!". Essa denominação se impôs rapidamente. Foi a saída para aqueles que não podiam utilizar o titulo de Relações Públicas. Até hoje se encontra essa forma da comunicação em algumas organizações públicas e privadas.

Então, o que aconteceu com as Relações Públicas no Brasil?

Primeiro: Fizeram dela o que ela não é. Retalharam-na por falta de conhecimento e para burlar a regulamentação. Segundo: Colocaram-na como especialidade de Comunicação Social e foram aos poucos minando sua visão multidisciplinar. Terceiro: Pessoas despreparadas e amadoras, que não tinham condições de exercê-la, se aventuraram na sua prática, criando confusão e interpretações errôneas. Quarto: Falta de visão do mercado sobre ela e sobre o trato com a opinião pública. Quinto: Interesses pessoais colocados acima dos, da profissão. Sexto: A falta de união da classe.

Hoje está ocorrendo o que ocorreu na época da regulamentação. Profissionais que não podiam utilizar o título diziam: "Não é Relações Públicas, mas é a mesma coisa". Agora estão querendo que digam: "Não é Relações Públicas, mas é a mesma coisa, é Comunicação Organizacional."

Vamos lutar por essa abençoada profissão, ou vamos deixar que tripudiem sobre ela ainda mais?

fonte: www.conferp.org.br - Sistema CONFERP

3 comentários:

Fabio Procopio disse...

Já tinha lido esse texto do João e acho bem esclarecedor... Sempre é muito importante sabermos o passado da nossa profissão e como ela foi construída através do tempo. Conquistas, contribuições (ou não) que caracterizam ela ela..

Parabéns pela iniciativa da divulgação desse texto..
Abraço

Fabio Procópio

Tribo RP disse...

Oi Fábio, obrigada por seu comentário.

Às vezes fico com receio de publicar o texto de alguém ou que já foi divulgado na rede por causa das críticas que já percebi em alguns sites. Mas quando li esse texto hoje que, particularmente tive acesso pelo site do Conferp, pensei, quantas pessoas acessam o Conferp? O público que acompanha o blog da Tribo já viu esse texto? E sempre penso o quanto vai agregar para meus alunos.
Achei o texto pertinente principalmente porque fomenta a discussão RP e Comunicação Organizacional.

Abraço.

Espaço RP disse...

Excelente texto profess!!
Realmente nunca li esse texto, atraves das minhas pesquisas por conta do TCC descobri que a comunicação organizacional tem sido um tema de grande debate entre os Rp´s.
Mais a minha opinião e Relações Públicas e uma profissão maravilhosa por ter varias interfaces e nos como profissionais devemos difundi-la para o mundo.
beijosss

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